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Casal acusado de matar a menina Íris pega 21 anos de prisão em Mococa
26/10/2015 09:34 em Notícias Policias

casal

O casal acusado de matar a menina Íris Stefanie Martins, de 8 anos, em janeiro do ano passado, em Mococa (SP), foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado, na noite de sexta-feira (23), após dois dias de julgamento. A decisão cabe recurso, mas os advogados de defesa não foram localizados pelo G1 para comentar o caso.
No 2º dia do julgamento, aconteceram os debates de acusação e defesa. A votação do júri popular foi realizada e a sentença anunciada pelo juiz por volta de 20h. O número de votos dado pelo júri não foi divulgado.
 
 
irisA mãe Ana Paula Lima Milane, de 38 anos, e o padrasto Sebastião Carlos Rodrigues, de 29, foram condenados por homicídio qualificado e continuarão na Penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba, onde já estavam desde 30 de janeiro de 2014.
 
1º dia de julgamento
Na quinta-feira (22), foi realizado o 1º dia do julgamento e 13 testemunhas foram ouvidas, além da mãe e do padrasto. Uma das testemunhas ouvidas foi o delegado Wanderley Fernandes Martins Júnior, que investigou o caso. O relato levou cerca de 1 hora. “Foram constatadas algumas substâncias hematóides, sangue no quarto e no banheiro. A frieza do casal no momento da perícia e no dia dos fatos e todo o conjunto probatório através dos depoimentos de pessoas que conviviam com aquele casal e a vítima”, disse ao Jornal da EPTV na quinta.
 
 
Entenda o caso
A menina Íris Stefanie Martins foi encontrada morta em uma mata perto da casa onde morava no bairro Mocoquinha. A criança foi esfaqueada no peito. Ao menos três perfurações no pulmão teriam causado a morte, segundo um médico legista que fez a necrópsia.
 
O corpo de Iris, encontrado por um vizinho, não tinha mancha de sangue, estava com roupa limpa. A perícia esteve no local e dentro da casa da família encontrou três toalhas e um lençol com manchas de sangue, indícios que reforçaram a suspeita da Polícia Civil de que a menina foi morta dentro de casa e depois jogada no terreno.
 
Presos em flagrante, a mãe, de 38 anos, e padrasto, de 29, demonstraram frieza durante os depoimentos, segundo a polícia. “Da mãe a gente sempre espera alguma emoção, mas ela é uma pessoa extremamente fria, como se não tivesse ocorrido aquilo como uma filha. Não chorou em nenhum momento, ela simplesmente negou a participação no crime", disse Wanderley Fernandes Martins Junior, delegado responsável pelo caso.
 
 
Provas insuficientes
Os advogados de defesa acreditavam que não existiam provas suficientes usadas pelo delegado que fossem capaz de culpar o casal.
O advogado de Ana Paula Lima Milane, Aloísio Gomes, acreditava na inocência dela. “Não há prova contra ela, então ela não foi a autora do crime. As toalhas com marcas de sangue eram de homem e de mulher, mas não da menor. Na cena do crime não foi encontrado vestígio de sangue da menor”, disse à EPTV na quinta.
 
Fábio Ferreira dos Santos, advogado de Sebastião Carlos Rodrigues, também alegava falta de provas. “Nos autos não há nada que comprove a participação do Sebastião e nós temos certeza da inocência do acusado. Os laudos não são conclusivos”, afirmou.
 
Chocada
Em entrevista à EPTV seis dias após o crime, a mãe da menina disse que ao saber do caso não chorou porque ficou chocada. Tranquila e sem se mostrar abatida, ela pediu Justiça.
 
A mãe costumava proteger o padrasto, apesar das brigas constantes. No dia que o corpo foi encontrado, ela negou que tivesse um relacionamento tumultuado. "Não só familiares, como vizinhos, confirmam a agressividade dele com a Ana Paula, e mesmo dela com ele. Era um relacionamento um pouco doentio”, afirmou o delegado.
 
Questionada sobre o relacionamento tumultuado com o companheiro, Ana Paula relatou que eles tiveram apenas duas brigas, mas que nunca bateu na enteada. A mãe da garota afirmou que o padrasto jamais faria algo contra Iris. Ana Paula também afirmou desconhecer o sangue encontrado dentro da casa dela.
 
Ana Paula, que estava desempregada, tinha dez filhos, contando com Íris. O primeiro marido dela morreu e o último está preso. Rodrigues veio do Maranhão para trabalhar na construção civil emMococa e começou a ser relacionar com Ana Paula. Ele já tinha passagem pela polícia.
 
Do G1
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