
Cabo Hélio Duarte Jr.: "Ela estava desesperada e não parava de chorar, porque não queria que a família soubesse do estupro"
Uma garota de 12 anos tentou se matar na manhã desta terça-feira, dentro da casa onde vivia com a família, no Parque das Nações, em Bauru. Ela denunciou á polícia que foi estuprada pelo ex-padrasto em, pelo menos, três ocasiões.
De acordo com o jornal JC Net, de Bauru, o acusado confessou que passou as mãos nas partes íntimas da vítima e foi preso. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados, com o intuito de preservar a menina, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A adolescente vivia com a mãe e duas irmãs - uma de 15 anos e outra de 7. Ontem,a garota e a irmã caçula foram até um projeto social. Como a irmã de 15 anos estava na escola e a mãe, no trabalho, a menina optou por voltar para casa sem sequer ter entrado no local. Lá, pegou uma corda, momento em que foi surpreendida por uma prima.
Questionada sobre o motivo pelo qual segurava o objeto, a adolescente começou a chorar e disse que havia sido estuprada pelo ex-padrasto, um montador de 55 anos. Apavorada, a vítima foi levada até a casa de parentes, na Vila Santista, de onde a PM foi acionada. Segundo o cabo Hélio Duarte Júnior, da 1.ª Companhia, a corporação foi até o trabalho do ex-padrasto da garota, no Distrito Industrial 2, e o conduziu, algemado, até a Central de Polícia Judiciária (CPJ). “Ela estava desesperada e não parava de chorar, porque não queria que a família soubesse do estupro. A menina disse que vinha sofrendo ameaças de morte por parte do acusado”, relata o policial. O montador e a mãe da garota moraram juntos por cerca de dez anos e, há quatro meses, se separaram.
Porém, o homem frequentava a casa onde viveu com a ex-esposa, uma vez que os dois têm uma filha de 7 anos. À família, a vítima teria alegado que o acusado a estuprou, pela última vez, no dia 16 de setembro, quando ela ainda tinha 11 anos.
EXAMES E CONFISSÃO
Acompanhada da polícia, de uma prima e do pai biológico, a adolescente foi encaminhada ao Pronto Atendimento Infantil (PAI), onde o médico legista realizou o exame de corpo de delito. Embora a vítima tenha dito que houve penetração,não foi constatado o rompimento de seu hímen. Além disso, o Conselho Tutelar esteve na unidade de saúde e convocou a mãe da garota a comparecer na sede do órgão, na próxima quarta-feira.
Em seguida, mãe e filha foram levadas à CPJ, onde prestaram depoimento. De acordo com o delegado plantonista Roberto Cabral Medeiros, a adolescente disse que o acusado “colocou o ‘pipi’ e os dedos” dentro de sua genitália. “Quando vivia com a família, ele esperava que todos dormissem e entrava no quarto da menina”, explica. Já o montador relatou, ao delegado, que esfregou o pênis nas partes íntimas da vítima.
Porém, negou que houve penetração. “Levando em consideração que o homem confessou o crime, a vítima possui déficit de atenção e ela tentou suicídio, representei pela prisão temporária do acusado”.