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Como o estresse e ansiedade afetam a saúde e o que fazer para combatê-los
27/01/2020 11:33 em Ciência e Saúde

O estresse (ou stress, em inglês) é um sintoma que muda nosso estado de forma indescritível. Ele pode ser caracterizado por sensações de irritação, medo, desconforto, preocupação, frustração, indignação, nervoso, e ser motivado por diversas razões distintas. Além disso, muitas vezes, a causa para o estresse é desconhecida.

Quando o estresse interfere na sua vida, tornando difícil passar dias tranquilos por um longo período, ele pode ser mais perigoso tanto para mente quanto para o corpo. Isso acontece porque o estresse também leva a incômodos físicos.

Tipos de estresse

Segundo a Associação Americana de Psicologia, há três tipos de estresse: estresse agudo, estresse agudo episódico ou estresse crônico. Além disso, existe o Transtorno do Estresse Pós-traumático.

Estresse agudo

O estresse agudo é uma reação do corpo a um momento ou fato estressante. Os sintomas da reação aguda ao estresse passam em grande parte pelos sintomas ansiosos como:

    ativação psíquica
    instabilidade de humor
    apreensão
    insegurança

A Associação Americana de Psicologia ainda descreve sintomas físicos de quem passou por estresse agudo:

    Dor de cabeça tensional
    dor nas costas
    dor na mandíbula
    dores musculares em geral
    azia
    gases
    diarreia
    palpitações cardíacas
    aumento de pressão
    mãos suando

Estresse agudo episódico

A Associação Americana de Psicologia ainda define o estresse agudo episódico, que é quando esses estímulos que causam as reações agudas ao estresse se repetem com frequência.

Neste caso, os sinais são os sintomas do estresse agudo, mas prolongados. Como:

    dores de cabeça tensionais persistentes
    enxaqueca
    hipertensão
    dor no peito
    doenças cardíacas

Estresse crônico

Quando uma pessoa se mantém continuamente estressada, e isso faz parte da rotina, o estresse pode estar se tornando crônico. Neste caso, as reações do corpo ao estresse e os sintomas não vão embora, afetando diversas áreas da vida. O estresse crônico é um fator de risco para ansiedade e depressão.

De acordo com o psiquiatra Mário Louzã, o estresse crônico é prejudicial ao corpo principalmente porque alguns hormônios, particularmente o cortisol, começam a entrar em ação. "Se o cortisol fica muito elevado durante dias, semanas, começa a gerar problema para o organismo, que não foi feito pra ter esse hormônio em sobrecarga", explica ele.

Alguém que tem estresse crônico apresenta sintomas físicos e emocionais, como:

    fadiga
    desgaste
    mal estar
    cansaço
    esgotamento
    aumento da vigilância
    dificuldade em relaxar e descansar
    desânimo
    tristeza
    sensação de fracasso
    dificuldade de sentir prazer
    alteração do sono.

Transtorno do estresse pós-traumático

Quando o episódio que desencadeou o estresse agudo representou ameaça à sua vida ou à vida de terceiros, é possível que a pessoa desenvolva o transtorno do estresse pós-traumático (TEPT). Ele pode ser definido como um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais.

Esse quadro ocorre devido à pessoa ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que representaram. Quando ele se recorda do fato, revive o episódio como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento vivido na primeira vez. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.

Sintomas
O estresse é um sentimento normal. Ele pode, inclusive, ajudar uma pessoa em seu dia a dia, melhorando seu desempenho no trabalho, por exemplo. No entanto, quando o estresse é muito grande, você pode senti-lo em seu corpo por meio de algumas reações específicas. Pode reparar, quando você está muito estressado, você pode notar:

    Um ritmo cardíaco acelerado
    Batimento fora do ritmo
    Respiração acelerada
    Sudorese
    Tremores

Sintomas físicos do estresse

Além de mexer com a sua cabeça, o estresse também se manifesta no seu corpo, a longo e a curto prazo. Os sintomas físicos do estresse são:

    Manchas roxas no corpo

    Fezes soltas
    Necessidade frequente de urinar
    Boca seca
    Problemas para engolir
    Dificuldade para dormir
    Queda de cabelo em excesso
    Cansaço demasiado
    Alergias de pele
    Gastrite e úlceras
    Tensão muscular
    Imunidade baixa
    Dores de cabeça
    Mudanças de apetite
    Acne incomum
    Refluxo

Procure um médico se esses e outros sintomas surgirem e estiverem lhe causando preocupação. Além do mais, estes não são sinais exclusivos de estresse, mas também de problemas de saúde mais graves.

Causas

Uma pessoa pode sentir estresse em alguns momentos importantes de sua vida, motivada, possivelmente, por ansiedade, apreensão e preocupação, como por exemplo:

    Começar em um emprego novo ou escola nova
    Mudar-se para uma casa nova
    Casar-se
    Ter um filho
    Terminar um relacionamento
    Uma doença, seja com você ou com um amigo ou ente querido, é uma causa comum de estresse.

Sentimentos de estresse e ansiedade são comuns em pessoas que se sentem deprimidas e tristes também.

Alguns medicamentos podem provocar ou piorar os sintomas de estresse. Estes podem incluir:

    Alguns medicamentos inalados usados para tratar asma
    Medicamentos para tireoide
    Algumas pílulas dietéticas
    Alguns remédios para resfriado
    Produtos com cafeína, cocaína, álcool e tabaco também podem provocar ou piorar os sintomas de estresse e ansiedade.

Quando essas sensações ocorrem com frequência, a pessoa pode ter um distúrbio de ansiedade. Outros problemas em que o estresse pode estar presente:

    Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
    Síndrome do pânico
    Transtorno por estresse pós-traumático (TEPT)

Diagnóstico e Exames

    Um ritmo cardíaco acelerado

    Batimento fora do ritmo
    Respiração acelerada
    Sudorese
    Tremores
    Tontura.

Procure um médico se esses e outros sintomas surgirem e estiverem lhe causando preocupação. Além do mais, estes não são sinais exclusivos de estresse, mas sim de problemas de saúde mais graves.

Na consulta médica

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

    Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
    Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
    Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

    Quando os sintomas surgiram?

    Se você pudesse descrever seus sintomas, como o faria?
    Como é sua rotina no dia a dia?
    Você se considera uma pessoa com altos índices de estresse?
    Você tem enfrentado dificuldades em sua vida pessoal, no trabalho ou nos estudos?
    O estresse tem prejudicado sua vida de qualquer forma?.

Tratamento e Cuidados

Quando o estresse está alto e atrapalhando seu dia a dia, é importante consultar profissionais da saúde para que esse sintoma seja atenuado. Só um médico ou psicólogo pode dizer se o tratamento para o estresse deve ser feito com medicamentos ou se há alternativas naturais e caseiras.

Antes de chegar a este profissional, você pode tentar algumas opções naturais para aliviar o estresse:

Comer chocolate amargo, peixes e outros alimentos com triptofano

O triptofano é um aminoácido que ajuda a reduzir marcadores bioquímicos do estresse, em particular o hormônio cortisol, que apresenta muitos efeitos adversos no corpo humano.

Os alimentos fontes de triptofano são: peixes, peru, ovo, nozes, castanhas, leguminosas (feijão azuki, lentilha, soja), semente de abóbora, levedo de cerveja, linhaça, aveia, arroz integral, chocolate amargo e queijo tofu.

Faça algum tipo de massagem

Para aliviar o estresse, outra alternativa é relaxar com uma massagem terapêutica.

Segundo a fisioterapeuta Vanessa Pereira, qualquer pessoa pode fazer, independente da idade. "Além de livrar os músculos das tensões, a massagem ajuda também a amenizar alguns desequilíbrios como a dor, fadiga e má postura", explica. Os únicos cuidados devem ser tomados com quem está em período pós-operatório, com febre, inflamação e outras doenças graves.

-A Associação Americana de Psicologia (AAP) recomenda algumas formas de reduzir o estresse:
Identifique o que causa estresse

-Monitore seu estado mental ao longo do dia. Quando você se sentir estressado, escreva o motivo. Ao longo dos dias, será possível perceber um padrão e evitar estas situações.

-Construa bons relacionamentos

-Lidar com pessoas pode ser uma fonte de estresse, mas passar momentos com quem você ama e se sente bem pode aliviar esse sintoma.

Ande: Quando o estresse toma conta de você, é possível que você sinta vontade de reagir às situações de maneira impulsiva, colocando muito a perder. Por isso, o que a AAP recomenda é andar antes que isso aconteça.

Descanse bem: Seu sono está realmente acabando com todo o cansaço do seu dia? Segundo com a pesquisa da associação, quase metade dos adultos estressados ficam acordados à noite. Para facilitar uma boa noite de descanso, não tome bebidas com cafeína e remova as distrações do seu quarto, como televisão e computador. Também é recomendado ter uma hora certa para dormir.

Busque ajuda

Se nenhuma destas alternativas ajudar, não demore em procurar um psicólogo ou psiquiatra. Eles poderão ajudar a identificar situações que contribuem para seu estresse crônico e traçar um plano para combatê-lo.

Prevenção

Todo estresse só é negativo quando se torna excessivo. O problema é que na maior parte das situações do dia-a-dia as pessoas são tomadas por tantas preocupações que o estresse em excesso tem se tornado um problema comum dos tempos de hoje.

Mas sabia que esse tipo de nervosismo pode ser prevenido com algumas mudanças simples no seu cotidiano? Pequenos hábitos, como respiração e mudanças no dia-a-dia ajudam a controlar e evitar o problema. Confira essas e outras dicas a seguir:

Alimentar-se de forma balanceada

Alimentação muitas vezes parece ser remédio para todos os problemas, e talvez seja mesmo. No caso do estresse, ter pratos equilibrados ajuda o organismo de muitas formas. Ter um consumo adequado de gorduras, carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais é essencial para o bem-estar do organismo.

Se o nosso organismo recebe diariamente esses nutrientes, por meio da alimentação, naturalmente ele irá funcionar melhor, aumentando a energia e vitalidade que precisamos para enfrentar os problemas do cotidiano.

No entanto, se existe carência ou excesso de algum elemento, o nosso corpo precisa fazer um esforço para compensar isso, o que gera mais desgaste. Por outro lado, também há a perda de nutriente durante o quadro de estresse crônico, que é agravado pelo consumo de itens como cafeína, açúcar e sal.

Praticar atividades físicas

Exercícios têm diversas características que se relacionam com o relaxamento de quem os pratica. Em primeiro lugar há a liberação de hormônios que otimizam o funcionamento do corpo.

A adrenalina age na redução do estresse, o cortisol atua como anti-inflamatório, o glucagon aumenta a quantidade de glicose no fígado, o GH (hormônio do crescimento) transmite bem-estar e a endorfina produz a sensação de prazer e melhora a qualidade do sono.

Além disso, existe um mecanismo que os especialistas chamam de senso de propósito. Quando fazemos algo com a convicção de que isso está contribuindo para a nossa saúde, damos para a nossa mente comandos do tipo "isso é bom para mim", "estou seguindo na direção certa" e "estou cumprindo um propósito", que vai alimentando a nossa sensação interna de que merecemos algo bom, somos boas pessoas.

Desta forma, a prática de uma atividade física ajuda a mudar um pouco o foco, saindo daquele problema que ficou incomodando o dia todo e estava causando estresse.

Mudar a postura

Ter uma postura melhor é benéfico também para a mente. E a palavra "postura" aqui não significa apenas a forma como recebemos as informações, e sim com a maneira que posicionamos nosso corpo no dia a dia.

Para provar esse ponto, os especialistas costumam sugerir um exercício: primeiro posicione a cabeça para frente e encolha os ombros, curve as costas para frente, como se estivesse deprimido, e tente pensar em algo alegre. Difícil, não é mesmo?

Em seguida, espalhe-se na cadeira como em um dia de verão na praia, e depois tente pensar em uma conta para pagar. Igualmente complicado! A forma com que usamos o nosso corpo tem um reflexo direto no nosso estado interno e na nossa capacidade de lidar com os problemas.

Procure rir mais

Estudos de 1989 foram os primeiros a demonstrar alguma relação entre o riso e a redução do estresse, ao perceber que voluntários que assistiam vídeos humorísticos tinham uma queda maior nos hormônios cortisol e adrenalina, do que os que assistiam a qualquer vídeo.

Depois disso, vários outros estudos confirmaram esse achado, que o riso reduz os níveis de hormônios e substâncias ligados ao estresse.

Rir libera endorfinas, que são hormônios que promovem a sensação de bem-estar; também ativa a sua resposta ao estresse, aumentando a sua frequência cardíaca e pressão arterial e criando uma sensação de relaxamento.

Por fim, ele também estimula a circulação e ajuda a relaxar os músculos, o que reduz os sintomas físicos do estresse.

Além do mais, a risada tem o dom de mudar a perspectiva de quem está rindo sobre as situações.

Como grande parte do estresse é devido a pensamentos, julgamentos e pressões internas por resultados que vamos criando no decorrer do dia, rir pode ser uma boa alternativa para conseguir ver a situação sobre um ponto de vista diferente.

Fazer sexo

Sexo vai além do prazer: os mecanismos hormonais da prática sexual beneficiam o corpo a lidar com estresse. O contato íntimo produz alterações químicas cerebrais, melhorando o humor devido à liberação de testosterona, estrogênio, prolactina, hormônio luteinizante e prostaglandina na corrente sanguínea.

Dormir melhor

O estresse prolongado, antes de tudo, funciona como uma agressão ao nosso organismo. E dormir bem é uma das melhores formas do corpo se recuperar desse tipo de ataque.

Quando você está descansado, tem uma maior clareza de pensamento e uma habilidade maior para reagir aos estímulos agressores.

Pessoas que ficam longos períodos com privação de sono tendem estar mais desatentas e com os reflexos lentos. Tanto que pessoas que dormem pouco tendem a ser mais irritadas e diversos estudos relacionam transtorno de humor com pessoas que trabalham com turnos trocados.


Respirar direito

A respiração está diretamente relacionada com nossas emoções e tem a capacidade de regulá-las de duas formas: primeiro por um mecanismo fisiológico, já que o estado de ansiedade nos faz inalar o ar com mais rapidez e de forma mais rasa, e mudar isso conscientemente ajuda a acalmar, pois o corpo volta ao equilíbrio.

Outro ponto está no fato do indivíduo, ao tornar sua respiração consciente, traz sua atenção ao momento presente. Com isso o estado de ansiedade tende a ser minimizado.

Auto incentivar-se

Dentro da psicologia existe um termo chamado "Positive talk" (em livre tradução, algo como fala positiva).

O conceito vem do fato de que todas as pessoas conversam consigo mesmas, mas enquanto algumas sabem fazer isso como uma forma de alento e carinho, outras não sabem se auto incentivar: a maior parte das pessoas cultiva pensamentos de injustiça, sofrimento e pesar, além de fazer julgamentos sobre si mesmo que certamente não faria para os outros.

O problema é que ter esse tipo de pensamento gera um círculo vicioso, que faz com que a pessoa se vitimize mais e, com isso, fiquem mais propensas a situações de estresse prolongado.

Deixar o celular de lado

Hoje em dia o celular parece parte de nós, mas saiba que ele ajuda (e muito!) a aumentar o estresse das pessoas. Um estudo publicado no BMC Public Health em 2011 acompanhou 4156 jovens de 20 a 24 anos de idade por um ano, relacionando seu uso de celular com problemas de saúde mental, como depressão, estresse e falta de sono.

Foi percebido que aqueles que usam muito seus telefones tinham incidências mais altas de estresse, principalmente naqueles que percebiam esse uso como algo estressante. Diversos fatores podem ajudar nisso.

Muitas pessoas acabam continuando conectadas ao trabalho, por exemplo, por meio de seus celulares, não permitindo que elas tenham tempo de descanso.

Outra questão é o imediatismo desses aparelhos: o uso excessivo do celular, das redes sociais e aplicativos pode colaborar com o estresse, na medida em que se torna mais uma obrigação, porque aparece para a outra pessoa a que horas que você abriu o aplicativo ou conversou pela última vez.

Claro que não há problemas em se usar o celular, desde que seu uso seja equilibrado.

Fonte: Minha Vida

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